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sábado, 21 de novembro de 2015

De volta à 1835

Mas um dia de lembranças, queria não lembrar mais, mas eu sinto uma necessidade muito grande de me sentir em contato com a minha outra vida assim eu falo, pelas lembranças que eu tenho. Lembro-me desse momento que aqui vou descrever a mesma casa de sempre que gostaria de saber onde fica, aquela sala, quadros antigos, uma foto de uma mulher muito linda a minha mãe, meu pai e irmã inclusive eu ,mas dessa vez algo estranho fotos diferentes, não lembro se eu tinha mais irmãos e irmãs, mas lembro de um irmão bastardo assim eu ouvi falarem, parece que meu pai se envolveu com uma das escravas e teve um filho, acho que a minha mãe sofreu muito com ele, fui  a cidade com meu primo e com meu pai, a bá foi também nesse dia, lá ele encontrou um velho amigo e começaram a falar da situação atual do nosso Pais, corri  até um senhor de cabelos brancos e ele muito alegre falou para mim:
__ Para a minha branquinha vou lhe dá aquele milho bem verdinho que gosta.
__ Obrigado vovó Lau!
Eu comia com gosto aquele delicioso milho com manteiga que eu adorava, a bá ficava só olhando e rindo,corri para meu pai e perguntei se podia ir próximo a igreja só olhar um pouco, o mesmo mandou eu ir com a minha bá e com meu primo, acho que eu tinha uns doze anos pelo meu tamanho, cabelos claros e grandes, magrinha e um olhar triste, mas fomos lá e quando chegamos eu vi a santa grande e ficava fazendo perguntas, muitas perguntas sem respostas, mas voltamos logo e comi cocada e outro doce que não lembro o nome, quando voltamos para casa, corri para saber porque a minha irmã não quis ir mas ela só falava que não gostava do pai, ela era muito revoltada e infeliz,eu tentava brincar com ela mas ela só queria me magoar com palavras, parecia ter ciúmes de mim com todos, ela me chamou para ir ao rio e eu fui, mas não entendo porque ela me empurrou no rio se sabia que eu tinha medo de lá, quase morro nesse dia, a minha sorte foi o primo que apareceu e ela ainda disse que era só uma brincadeira, que eu era muito mole e medrosa que acreditava em sereias e que existia outro mundo, que eu era uma verdadeira bruxa do mal, não entendo porque ela fazia isso, mas quando sai da água passou um tempo, quando o primo saiu perguntei o porque da raiva de mim e ela falou:
__ Eu não te odeio não, sou tua irmã e amo muito você, o problema é em mim sinto essa agonia as vezes me sinto só, tenho medo de tudo que está acontecendo aqui, tenho medo de morrer só isso, você não tem?
__ Não ,eu não tenho não, acho que deve existir outro lugar, verde mais que esse aqui, com muita água e gente muito boa, sem guerras, eu não quero que você morra não, se isso acontecer irei ficar só sabe disso.
__ Eu sei ,eu também aonde eu estivesse sofreria muito, mas esses escravos agente se arisca em ficar aqui, em deles podem nos pegar, posso perguntar algo prometo não falar para o coronel?
__ O coronel é nosso pai e devemos respeita-lo , lembre-se disso irmã. Mas faça a sua pergunta.
__ Você acredita que aquele selvagem vai voltar ainda?
__ Sim, acredito sim ele tem que voltar-me sinto só sem ele e quando ele voltar vou conversar com ele.
__ Mas ele é muito, mas velho que você, esqueça ele por favor.
__ Esquecer ele é pedir para esquecer de viver, eu o amo.
__ Mas somos crianças lembra?
__ Mas eu vou crescer e com meus quinze anos posso ficar com ele, lembra da nossa tia Ana ela casou com apenas treze anos e o marido dela já tinha quarenta, kkkk!
__ Está bom já vi que não mudas mesmo mas vamos andar um pouco, já é hora de chegarmos em casa, se não o coronel vai nos dá uma surra. Começamos a caminhar e chegamos em casa, mas que felicidade estava tudo normal, jantamos e fomos para nossos quartos. Da janela eu olhava para vê se tinhas chegado, mas nada. Eu tinha certeza que ele estava ali e não queria me vê por me achar novinha demais, será que ele está no Recôncavo, melhor eu dormir, mas nessas lembranças eu lembro já de coisas estranhas. Fui dormir como sempre e como sempre ir ao rio vê se ele estava lá, mas foi muito bom com o passar dos tempos ele voltou e não resistiu a mim, mas a minha irmã fazia de tudo para atrapalhar, ele sumiu novamente e ei pensei que não ia mais voltar, lembro que era uma segunda feira e fui ao rio. Sentei e olhei tudo em volta, já ia saindo quando ouvi aquela voz:
__ A mocinha pensa que vai para onde?
Comecei a rir e era ele, me abraçando e muito triste em saber que a minha irmã tinha sido morta, mas eu só pedi para ele me abraçar bem forte, o mesmo disse que estava sabendo que meu pai queria que eu casasse com um doutor e eu falei que só queria ele e mais ninguém, iriamos ser uma família muito linda, cada mergulho que ele dava naquele rio eu ficava rindo e ele falava:
__ Vem cá entra, vem.
Mas eu não fui e ele começou a rir por saber que eu tinha tanto medo de entrar na água, mas der repente ele foi saindo da água e pediu para que eu ficasse imóvel pois tinha uma cobra bem próximo de mim, tão valente o meu amor ele cortou a cobra com um punhal e eu comecei a chorar, também eu chorava com tudo, principalmente se sentisse que ele ia viajar, não queria ficar longe dele.
__ Meu amor eu vou falar com teu pai sobre nós.
__ Não faça isso, ele manda matar agente.
O interessante que mesmo com toda a valentia que tinha me respeitava muito.
__ Eu trouxe esse pequeno diamante azul para você sabe que gostas dessa cor.
__ Que lindo amor, vou usar no lugar da borboleta já que essa está na caixinha embaixo da pedra.
Comemos ali mesmo aquelas frutas , que lugar bonito era aquele, eu deitada em seu colo e ele me fazendo carinho, eu falava sempre que se não ficássemos juntos ali um dia nos encontraríamos ainda, ele sempre pedia para eu parar de falar aquelas coisas, mas der repente meu pensamento volta para aquele terrível dia, quando brincávamos de nos esconder e eu sai e ele começou a contar, só que eu senti algo bater na minha cabeça eu abri os olhos e estava sentada chorando, mas eu me vi ali caída sai correndo daquele lugar e fui parar num local diferente, sofro quando penso nessa parte da minha vida, mas uma vez me vejo sendo enterrada e ele chorando, aquele banco e já não se cuidava mais, estava deixando se abater e era isso que seus inimigos queriam, para  ele se tornar uma pressa fácil de se caçar e foi, preciso encontrar uma resposta aquele local tenho que encontrar se não ,eu  nunca serei feliz, nunca, mas uma vez volto para meu tempo de agora!



Kátia Cilene

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