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sexta-feira, 13 de março de 2015

Em 1835

Noite fria  parecia inverno, eu bem agasalhada e você também, como sempre sério não dava um sorriso para ninguém, ali parado sem falar nada me olhava e me abraçava e nada falava, olhávamos as folhas das árvores bem frias e seus lábios tremiam de tanta frieza, parecia querer me falar algo e falou:
__ Seu pai mandou matar um dos meus empregados saia?
__ Não, não sabia, porque ele faria isso?
__ Você ainda pergunta muito engraçada você, aposto que ele que mandou matar tua irmã.
__ Como podes me machucar tanto assim, esqueci que és o maioral aqui né verdade, sempre sério e mandando em todos, menos em mim.
Nesse momento se aproximasse de mim e me pediu desculpas, mas fiquei muito triste com toda aquela situação te pedi um tempo para pensar se realmente queria ficar com você. Era primeira vez em outras tantas te vi chorando e sai dali sem olhar para trás. Cheguei em casa e senti um frio grande me envolver ,sentia a falta de uma mãe ,da minha irmã que era muito estranha e tinha alguém que eu queria muito conhecer meu possível irmão filho de uma escrava ,mas eu  fui para meu quarto e da janela não saia ,ficava olhando para vê se te via mas nada ,passou uma semana e de te eu não tinha mas noticias ,uma festa ia acontecer naquele lugar festa  católica e meu pai mandou que eu me arrumasse ,ainda lembro que estava feliz em achar que iria te encontrar lá ,peguei um vestido bem bonito e me arrumei ,ajeitei meus cabelos claros e fui com minha família ,meu pai e outras pessoas ,percebia que todos ficavam um pouco amedrontados ali como se algo fosse acontecer.
__ Papai está acontecendo algo que o senhor está nervoso?
__ Eu não estou nervoso não, ia acontecer, mas duas ex.escravas me deram uns avisos e estamos preparados aqui.
Fiquei preocupada com a sua presença ali naquele lugar, estavas acompanhado por uma moça bem bonita, quando olhei te vi olhando para vê se encontrava alguém, mas fiz questão de passar perto de você e me olhasses de um jeito que nunca vi igual a moça te olhou e ficou acho que sem entender, peguei um copo com água e ouvi quando falasses:
__ Olha só a filhinha do papai, mimada e falsa, para quem falava que me amava é uma mentirosa desalmada igual ao pai.
__ Veja só quem fala , um mentiroso que me jurou amor e está com outra em tão pouco tempo ,seu falso ,covarde.
__ Solte meu braço, vou gritar , me solte.
__ Calma ,ela não é nada minha só é prima eu não queria vim só ,não sou covarde.
Mas eu teimosa sai que sai danada dali e pedi ao meu pai para irmos embora  , meu pai não foi mas mandou que eu fosse com meu primo e minha tia que só vivia falando que já estava na hora de me casar ,eu fingia não ouvir, quando cheguei corri para meu abrigo que era meu quarto e fui chorar.
Pela manhã fiquei sabendo das noticias que ocorrera na cidade, que os africanos tinham tomado prédio  e muito mais ,só que muitos foram mortos ,presos e traídos pelas duas mulheres ,eu só fazia ouvir e calada ficava, mas nesse dia senti um mal está forte e cai na frente do meu pai, esse me levou para minha cama e mandou preparar uma sopa forte de carne, mas eu não conseguia tomar, meu orgulho falava alto não queria ceder, mas eu estava sentindo muito a tua falta ,a febre almentou  e de casa eu não saia nem para ir na janela, naquela noite sonhei que estavas caído na mata ensanguentado e só, fiquei atormentada pois não tinha noticias, minha bar falava para eu tomar a sopa que eu logo iria te encontrar de novo, ela me dava tanta força que parecia ser minha mãe, mas eu a cada dia me desfalecia de fome e saudades, uma carta recebi as escondidas tua, como sempre minha bar me ajudava fazia tudo por mim,quando comecei a lê as lágrimas rolavam no meu rosto, falavas que se eu não ficasse boa logo voltarias para o Afeganistão, logo comecei a comer a força, vomitava mas comia de novo, até que fui me recuperando e fui as escondidas para o rio ,lá chegando te vi e séria dando uma de forte fiquei, olhasse para mim e falasse:
__ Amor ainda está com raiva de mim?
__Você me magoou, sabe que sofro naquela casa e me trata como se eu fosse qualquer uma.
__ Desculpe-me nunca, mas vou te magoar, prometo amor, minha deusa borboleta.
__ Espera olha o que eu trouxe para te dá, uma rosa branca para outra rosa branca.
Nesse momento comecei a sorrir, sabias como me fazer rir e nos abraçávamos e nos beijávamos, parecíamos duas almas em um corpo só era assim que eu falava sempre para meu amor olhando dentro dos seus olhos, nesse momento lembrávamo-nos do nosso primeiro encontro e tudo mais e eu falei:
__ Somos duas almas em um só corpo, és a minha alma gêmea, minha metade que me completa, meu rei Sol.
__ És a minha vida, meu lado bom que se compadece das pessoas, acalma o animal feroz que habitava o meu ser, nas tuas mãos me transformo em um cordeirinho que obedece sem nada temer, dou minha vida para salvar a tua, minha rosa branca, deusa borboleta amor da minha vida.
Que pena que no momento que fomos nos beijar aos poucos fui voltando para o meu futuro que é esse aqui...


Kátia Cilene

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