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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Era um dia chuvoso. 1835

Era um dia chuvoso e sai a te procurar, mesmo temendo não mais te encontrar, enfrentei a sede, o frio e a fome, mas não desanimei entrei mata a dentro , passei pelo rio,pela ponte embaixo de várias árvores, enfrentei o medo, a febre que queimava meu corpo, mas logo pensava como seria a vida sem você, nunca me imaginei sem te ló comigo,por isso igual a uma Valquíria fui te procurar, sai  cega de tanto amor o que importava naquele momento era te encontrar. Avistei uma casa, mas temi dela me aproximar, mas levada pela força do amor me aproximei e pela janela te vi deitado e tremia muito, tinha homens guardando aquele lugar e ai de quem se aproximasse dali, mas senti alguém próximo de mim e quando olhei era um dos seus homens que sabia de nós dois e me deixou entrar, estranhei o convite pois todos inclusive você era contra o coronel daquele lugar, meu pai um homem frio e cruel, parecia não ter coração e sim uma pedra no peito.Olhei para ele e sorri, logo entrei na casa e corri até você.
__ Meu amor o que houve, por favor, fala comigo amor, como ardes em febre,eu estava também meu querido, mas te vendo aqui fiquei bem melhor agora preciso de meu amor cuidar.
__ Minha borboleta ,eu fui arrastado  por uns homens, estava escuro e eu não pude vê quem era, mas como me encontrou?
__ Fui guiada pelo meu pensamento até esse lugar e agora eu vou cuidar de você, volto cedo ninguém sentirá a minha falta.
__ Não quero que corras riscos, vá embora mando uns irmãos irem te guiar pelo caminho.
__ Meu querido a minha barriga cresce e já não tenho, mas como esconder, pelo menos sabemos que a minha irmã guardou esse segredo até  o fim, ela não era tão ruim assim.
__ Tenho que sair daqui, ficar logo bom temos que ir embora desse lugar, não quero que nada aconteça a você e ao nosso filho.
__ São, mas de um amor, eu sonhei com uma menina e um menino, eles vão parecer muito com o pai.
Peguei um pano e na água fria coloquei, colocava em teu corpo e te abraçava, lembrei-me de algo que a vovó fazia quando eu estava doente e, mas uma vez, sai mata adentro e colhi umas raízes que não lembro o nome agora, levei para aquele lugar e preparei uma porção para meu rei sol, quando vi que tomavas e me beijavas ,alegre meu coração ficou pois era tanto sofrimento não sabia  o que reservava meu destino e com um dos seus irmãos assim chamavas aqueles muçulmanos, voltei para a minha casa lugar frio e triste que só me trazia dor, olhava para os quadros e via uma foto da mulher que diziam ser a minha mãe muito linda ela era, mas de uma coisa eu sei foi a única mulher que meu pai amou, entrando no quarto lembrei das brincadeiras da minha irmã, uma vez ela matou um gato preto e jogou em cima de mim,sujou meu vestido com sangue e eu chorava e ela ria muito de tudo, outro dia brincando de índio comigo me amarrou numa árvore e colocou folhas secas de árvores e jogou algo em cima e riscou um fosforo logo a fumaça cobriu tudo, começou a fazer fogo, e ela gritava feito louca:
__ Queima bruxa, queima bruxa!
Nesse momento meu pai chegou e me salvou, uma surra grande ela tomou dele ,eu não entendia as loucuras  dela comigo não e nem entendia  o ódio que sentia por mim,mas pela manhã logo cedo na mesa do café,eu senti vontade de vomitar forte e a bá logo desconfiou, mas tentou desviar a conversa. Eu fiquei muito nervosa quando meu pai falou que eu estava muito gordinha, levei tudo na brincadeira e assim que ele saiu,abri a porteira bem devagar, passei para o outro lado da estrada e segui o caminho que me levaria até você, com muito cuidado cheguei até o local e entrei bem devagar, já estavas melhor nem no quarto estavas quando olhei te vi jogando pedrinhas para a direção de uma árvore, quando me viu me abraçou forte e nos amamos muito naquela manhã, prometesse que logo ,logo ,iriamos voltar a brincar de esconde –esconde me levaria embora depois que conseguisse a liberdade dos seus irmãos muçulmanos ,eu ria e te achava encantador ,eu falava que ficaria gorda e logo me dizias que nunca deixaria de me amar ,fosse eu gorda ou magra ,eu falei:
__ Sabe eu falo com as árvores, com as plantas, com tantas coisas sou muito estranha ,como será que vai ser aqui nesse lugar em outro tempo que já não será o nosso?
__ Com certeza vai ser muito melhor, os escravos livres voltando para o lugar de origem, novas estradas e lei que não existe nesses pais, principalmente aqui aonde os donos de fazendas só pensam em escravizar mas com as pessoas.
__ Eu quero que seja muito lindo aqui, crianças correndo, todos livres e eu e você juntos nem que seja os nossos espíritos inseparáveis, quero sentir tua presença sempre, as vezes sonho que não vou durar muito.
__ Pare com isso, outro dia sonhei que éramos separados, eu sofria sem te vê logo alguém me tirava a vida.
__ Sabe amor se isso um dia acontecer nos encontraremos novamente acredito nisso, ficaremos juntos eu você e nossos filhos inocentes.
__ Não vamos pensar nisso não, temos que acreditar que tudo vau a certo.

Der repente começasses a me beijar e com o calor do sol, fui voltando para o meu futuro aqui, sinto vontade de voltar ao rio, mas sei que ficou no passado, guardo comigo a esperança de um dia poder voltar lá com você e aos poucos descobrirmos quem fomos realmente naquele lugar.1835


Kátia Cilene

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