Eu estava dirigindo muito pensativa naquele dia, pensava
muito na minha casa que comprei próximo
ao rio, na estrada vinha um rapaz em um belo cavalo
Negro e ele atravessou na minha frente, bati no moço,
fiquei muito nervosa sozinha ali na estrada e ninguém passava naquele lugar,
quase sem forças arrastei aquele rapaz até uma árvore e ufa, quase desmaiava
ele era muito pesado, pensei se ele iria morrer e comecei a ficar mais aflita ainda,
comecei a pensar se tinha feito bem ter comprado aquela casa naquele lugar, já
que na fazenda do meu pai tinha um rio que sempre gostei de ir lá, mas algo me
chamou atenção naquele jovem, parecia conhecelo ,eu devia está ficando pirada
só podia ser isso, como conheceria aquele jovem se eu nunca tinha visto, mas
peguei a minha cabaça que eu adorava e coloquei água na sua boca e ele foi acordando,
fiquei pensando se ele não iria me bater ou coisa pior .Ele começou a tossir
bastante e ficou sem ar ,coloquei a minha boca na dele e soprei o ar para seus pulmões,
ele novamente tossiu e abriu os olhos, perguntou aonde estava e o que tinha acontecido,
contei tudo a ele e ele se acalmou, olhou bem nos meus olhos e falou:
__ Não lembra mais de mim não?
__ Como assim ,eu ,eu...
__ Você precisa se acalmar!
__ Como é seu nome?
__ Para que saber meu nome, estou ficando confusa!
__ Certo eu não quero te deixar assim não, mas não me sinto
bem!
__ Me leva para algum lugar jovem!
Eu o ajudei a entrar no meu carro e o levei para a minha casa,
um estranho eu só poderia está ficando maluca, quando cheguei na casa o
coloquei na poltrona da sala e ele ficou ali deitado e me olhando, parecia não querer sair dali, mas eu
falei para ele que precisava terminar de pintar um quadro e ele perguntou:
__ Você está pintando um quadro de alguém com quem você
sonha desde criança?
Parei e fiquei tremula como ele sabia tanto de mim e não
tive coragem de falar que não morava ali, pois naquele lugar eu só ia quando
tinha que pintar meus quadros ou escrever algumas das minhas historias-me
voltei e falei:
__ Vamos parar de querer adivinhar a minha vida que eu não gosto
e acho que já estás melhor pode ir embora.
__ Ai ,ai ,estou muito tonto, vou vomitar moça sem nome!
__ Calma,venha,venha comigo, pode deitar na minha cama e
ficar aqui o tempo que precisares não ia falar, mas não moro aqui não ,eu vou
voltar para a fazenda do meu pai e você fique aqui.
Quando ele entrou no meu quarto ficou olhando tudo, parecia
conhecer aquele lugar melhor que eu ,deixei aquele homem tão bonito na minha
cama e fui até a cozinha preparar uma sopa de legumes para ele e fiquei mais
nervosa quando ele falou que sempre gostou daquela sopa ,meu coração começou a
bater forte e algo nele começou a me chamar atenção ,mas não falava nada ,ele
mais uma vez me olhou e perguntou:
__ Tenta lembrar-se de mim ,vou te dá uma dica posso?
__ Não, não pode não!
Eu não queria lembrar não sei por que e quando eu ia saindo
ele falou:
__ Traga uma roda branca amanhã moça ,eu gosto delas pois
me lembra de alguém que me dia quando criança que iria me esperar.
Foi ai que me voltei para ele e comecei a falar sem parar:
__Numa tarde
fria, eu sai para colher rosas, como era
bom ficar ali naquela árvore que eu chamava de meu esconderijo secreto, sentava
ali na grama verde e colocava alguns objetos para brincar e lembrava sempre das
tuas palavras:
__ Você é muita criança.
Eu ficava tão triste e ao mesmo tempo feliz porque eu sabia
que iria crescer e ficaria com você, minha irmã mesmo durona sorria , hoje eu
vejo que ela não queria meu mau não apenas queria ser amada já que o nosso pai só me dava atenção e a ela
nada, foi desprezada pelo teu amor ,mas nós não tivemos culpa desse amor não já estava escrito em nosso destino
que em quantas vidas fossem permitidas a nós viver iriamos ficar juntos, mesmo
com as dificuldades e tantos obstáculos, lembro da minha bonequinha de pano que
minha vó fez eu brincava com ela e a chamava de bruxinha linda,eu pequena e
sentia quando alguém de mim se aproximava, ouvi tua voz:
__ Criança não pode ficar só aqui na mata não.
__ Eu fico, pois tenho alguém que me protege.
__ Cadê essa pessoa?
__ Está aqui na minha frente.
Puxa! Você parou de falar e ficou me olhando e se aproximou
perguntou o nome da minha boneca e eu falei, fiquei triste quando falou que ia
viajar e eu tivesse cuidado, aproveitasse meu tempo de criança para brincar e
perguntei:
__ Você ainda vai voltar?
E sorrindo me respondesses:
__ Claro que sim linda criança, cuidado na tua irmã ela
parece ser muito má.
Quando você ia saindo eu falei:
__ Eu vou está te
esperando!
Quando você saiu, fiquei triste e chorei, só de pensar que
não voltarias, mas o tempo foi passando e sempre com a esperança da tua volta,
quando foi um dia eu sai para brincar com meu cachorro malhado e meu pai disse
que eu ficasse por perto, a minha irmã pediu a ele para brincar comigo e ele deixou
,ela me olhou e disse que nunca irias voltar, apareceria um monstro para me
pegar e faria que me odiasse-se chorei com medo e tive febre,eu não gostava
mais de sair de casa ,meu pai desconfiou da minha tristeza e perguntou se tinha
sido ela, mas ela me olhou e eu fiquei calada, ele a pegou pelo braço e bateu.
Contava os dias para você voltar e quando voltou, com algum tempo eu já estava
grandinha e começamos a nos encontrar no rio, aliás eu nunca deixei de ir ao
rio.
__ E porque fingiu que não sabia quem eu era?
__ Eu não posso me encontrar mas com você não ,meu pai disse
que eu fingisse que não te conhecia se não ele mandaria te matar, mas o que deu
em seu coração de atravessar meu caminho?
__ Quer fingir que não me conhece minha borboleta branca?
__ Eu quero que você viva, mesmo que seja longe de mim!
__ Seu pai comprou essa casa para você eu tenho certeza que
foi ele!
Ai! Como foi horrível aquele dia eu queria sumir de verdade, mas
corri até o outro quarto e comecei a chorar, chorava tanto que nem vi o tempo passar.
Eu ouvi uma voz grossa a gritar:
__ Sinhá! Branquinha!
Eu fiquei nervosa e corri até a janela era um dos escravos da
fazenda, falei que já estava descendo para ir para casa e ele falou que iria me
esperar. Eu fui até o quarto e falei para aquele homem lindo que estava indo
para a minha casa, ele ficou a me olhar e disse:
__ E se eu passar mal aqui sozinho posso até morrer!
Sai dali chorando e sorrindo, abri a porta e falei para
aquele homem em pé e desconfiado na porta que estava muito doente para voltar
para casa, tinha batido o carro e iria passar aquela noite ali sozinha mesmo.
Ele me olhou e disse que eu enfrentaria o meu pai no outro dia, pois ele estava
uma fera, e virei , fechei a porta. Quando voltei para o quarto perguntasses a
mim o porquê de ter voltado, eu respondi que não queria que passasses mal por minha
causa. Levei-te para tomar banho, mas ao passar da porta eu não tinha visto que
o escravo estava ali e voou em cima de você com uma faca afiada, e enfiou em
você eu gritei e bati nele ,ele caiu no chão e meu vestido ficou sujo com o teu
sangue e você caiu .Ficou sem sentidos e eu falei muitas coisas para aquele
homem que só fazia tudo que meu pai mandava, então falei que se ele falasse
algo em minha casa eu falaria que ele tentou me beijar a força, o mesmo saiu
dali morrendo de medo .Mas uma vez fui cuidar de teu ferimento ,eu só lembro
que saia muito sangue ,mas consegui fazer parar eu e você começamos a nos
beijar...
Kátia Cilene
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