Ando por uma cidade vazia,
Parece abandonada fria,
Corpos caídos sem vida,
Caminho querendo sair dali,
Encontro um abrigo no escuro,
Embaixo de uma árvore,
Fico a pensar no que aconteceu,
Aquele lugar esquisito,
Esquisito assim como o meu olhar,
Sinto medo e arrepios,
Eu estava sozinha ali,
Ouço passos vindos à minha direção.
Meu coração ardiloso silencia,
Sinto meu corpo gelar e tremo,
Observo atentamente a tudo,
E sinto a presença de alguém,
No meu ouvido a sussurrar:
__ Estou aqui.
Com medo pergunto:
__ Quem é, por favor, não me faça mal?
__ Eu não posso te fazer mal algum,
Eu sou um eterno viajante que anda,
A procura do amor verdadeiro.
E vi aquele homem com o rosto pintado,
E logo perguntei:
__ Porque tens o rosto pintado?
__ Eu tenho o rosto pintado,
Para esconder a angustia do coração.
No mesmo instante ouvi gritos,
E ele me abraçou forte e falou:
__ Não deixe para vê com o olhar,
As cenas que contemplasses a pouco,
Olhe com a alma e entenderas.
Nesse mesmo momento ele me levou,
Estava eu de volta no mesmo lugar,
Não acreditei no que vi ali no momento,
Todos caminhando felizes e com vida,
E muitas crianças brincando sem parar,
__ As coisas dependem de como se vê,
Assim falou aquele jovem homem,
Então percebi que tudo aquilo,
Era apenas uma peça de teatro,
Que me levou naquele momento,
A não entender o que estava acontecendo,
O mesmo lavou o seu rosto com carinho,
Nas águas de um rio próximo,
Embaixo da pintura estava um homem lindo,
Que me atraiu e me beijou forte,
E nesse momento me encantei com ele,
Esse homem me encantou me amou,
Não foi um amor qualquer que aconteceu,
Mas sim com doçura e sinceridade,
Agora sei o que é o amor de verdade.
Kátia Cilene
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