Que dia chuvoso parecia
que não ia cessar aquela chuva, eu ficava na janela esperando você aparecer,
mas cansada dessa espera deitei, mas não consegui dormir naquela noite naquela
noite chuvosa, passei a noite toda tendo pesadelos, eu via um homem em um
cavalo que não lembro a cor, era noite escura, mas eu conseguia vê você no seu
cavalo negro, ele te perseguia sem parar e acordei aos gritos, fui muitas vezes
na minha janela, mas não te via e meu coração ficava em agonia.
__ Onde estará meu amor
meu Deus!
Finalmente depois de tanto
sofrimento consegui dormir, pela manhã logo cedo, levantei e fui como de rotina tomar o meu café da manhã,
mas estava tudo tão estranho meu pai conversava baixinho e logo senti que algo
estava para acontecer, quando me viram calaram se, ele foi logo falando?
__ Aquele senhor que é
seu amigo mandou atacar a fazenda do coronel aqui e soltou vários escravos.
O coronel foi logo
falando também:
__ Se você fosse minha
filha não teria amizade com aquele cabra não, dava uma surra, desculpe o amigo aqui,
mas não sei como pode permitir esse abuso, deixar aquele atormentado louco se
envolver com a sua menina.
__ Mas eu não sou sua
filha coronel.
Meu pai ficou vermelho
e me mandou sair da sala, sai com medo, pois ele poderia proibir a minha saída de
casa como de costume, entrei no meu quarto e conversei muito com ba,mas eu
sabia que se realmente ele tivesse feito isso, teria sido por uma boa causa,
aquele era um dos dias que eu não queria ir nem na janela do quarto como de costume,
só pensava em deitar e pensar sobre o meu destino, lembrar que com a minha irmã
viva seria tudo diferente. Mas como segue a vida e tantos fenômenos a explicar
ou pelo menos tentar, adormeci. Ao ouvir risadas fui acordando e com a ba no
meu quarto dizendo:
__ Levanta menina temos
visita e essa visita vai passar um bom tempo aqui, espero que com seu primo
tudo volte ao normal por essa região, se ele não for pior que o seu pai minha
filha desculpa falar assim.
__ Que primo ba, ele
nem pense que vou casar com algum primo bem velhinho.
__ Seu primo que veio
do Rio de Janeiro.
__ Eu não vou sair
desse quarto por nada.
__ Acho bom sair, seu
pai anda muito nervoso e principalmente com a morte da tua irmã, ele está uma
pilha de nervos.
__ Deve ser o peso na consciência
ba.
__ Não fale assim do
seu pai, ele jamais faria mal a própria filha não quero nem pensar nisso.
Ba saiu do quarto
coitada tanto tempo ali e me tratava como uma filha e eu a tratava como a minha
mãe, como eu era diferente daquela família ambiciosa e egoísta, mas logo a
coitadinha voltou me chamando:
__ Vamos minha filha,
vamos, o coronel está lhe chamando.
Eu só sai do quarto
porque eu sabia que se não saísse, a ba pagaria por minha teimosia, já fui logo
ficando triste ao ouvi de longe meu primo falando?
__ Aquela Luiza Mahin é
uma rebelde, se acha uma heroína, só porque nasceu livre e tem aquele filho poeta,
temos que ficar de olho para ela não fugir, se ela fugir para o Rio de Janeiro
a mandaremos para a África,povinho para se achar viu.
__ Estou atrapalhando
vocês?
__ Prima, como cresceu
e está linda.
__ Cumprimente seu
primo João da Silva, que faz tempo que não aparece aqui, vou deixa vocês a sós,
com a ba e cuidado viu.
__ Que é isso tio, sou
compromissado e muito respeitador.
Quando meu pai saiu
começamos a conversar e ele sempre queria saber, porque eu defendia tanto os muçulmanos
e eu tentava sair da conversa, nesse momento o seu José, que eu chamava pai José,
escravo do meu pai, mas eu não podia ser carinhosa com ele na frente da minha família
não, mesmo assim eu era.
__ Fale senhor José.
__ Oxe! Prima como você
e boazinha com esse povinho.
Eu ignorei aquele ignorante.
__ Pode falar pai José.
__ sinhazinha, aquele
homem esta a procura do coronel seu pai, falei que ele não esta, mas ele é
teimoso e não esta só não.
Meu primo alterado foi
logo saindo nervoso e eu fui vê quem era também, quase caia quando vi o
libertador daquele povo ali meu amor, eu não sei por que não lembro seu nome e
meu primo foi logo perguntando o que ele queria ali, eu tremia muito e ele me olhava,
com ciúmes, meu primo me olhou e perguntou quem era ele,eu pedi para falar com
aquele senhor e fui ate o meu amor impossível.
__Por favor, saia daqui
meu pai não esta esse homem que esta aqui e meu primo, um homem muito mau.
__Eu não tenho medo, só
saio daqui quando falar com seu pai.
__ Nem pelos nossos
filhos você sai?
Foi quando então ele se
calou e saiu, fiquei olhando com vontade de chorar e correr atrás dele, mas não
podia fazer nada.
__ O que você falou
para ele prima?
__ Que fosse embora, eu
preciso ir para meu quarto, não estou me sentindo bem.
Fui para meu quarto e
adormeci sem comer nada, já era madrugada, quando acordei e fui ate a janela,eu
vi meu amor e sai de casa, sem que ninguém visse ou percebesse, fomos próximo do
rio era assim que eu chamava o rio misterioso, ele muito irado com tudo e com todos,
inclusive comigo, foi difícil convence-lo que aquele homem na minha casa era
meu primo, mas o mesmo me olhou e me beijou.
__ Minha branquinha,
perdoa estou nervoso.
__ Ontem eu sonhei que alguém
tirava a minha vida e depois ia atrás de você, algo vai acontecer eu sinto, vão
nos separar.
Nunca, eu me vingo se alguém
tocar em você eu juro.
__ Eu peço que tenha cuidado,
eu não viveria muito tempo sem você, olha para meu pé essa marca parece um
nome.
__ Verdade parece.
__ Se algo acontecer comigo,
lembre-se dessa marca, se um dia nos encontrarmos de novo, lembre-se que sou eu,
se isso acontecer case e tenha filhos, ame-os.
__ Se isso acontecer eu
não vou querer outra jamais, não me imagino tocando outra mulher não que não
seja a minha borboleta.
__ Não faça isso tem
que seguir a vida, pois ficar só é muito ruim.
__ Eu sei que nada vai
nos acontecer, mas se acontecer fico só sim, não quero outra nunca, posso ate
fazer um filho e dá tudo a ele, mas com outra mulher não, morar ou casar nunca,
isso não posso prometer a meu amor não.
Ainda lembro do sorriso
daquele homem sofrido com as lutas da vida, só sentia paz quando estava
comigo,eramos o melhor amigo um do outro,cúmplice em tudo, como é ruim lembrar
de algo que muitos ignoram...
Kátia Cilene
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