Um dia de muita chuva e
eu estava a chorar naquela estrada toda molhada, mas tudo que eu queria era
alcançar você, beijar você, mas a cada instante de mim se distanciava e comecei
a voltar mesmo sem querer em meu tempo de agora, a certeza que es meu amor do
passado me da forças para continuar, só que agora não e como antes, aqui o
sofrimento e grande e a desilusão almenta a cada dia que sinto que estas mais
distante de mim.derrepente volto aquele quarto no qual eu ficava olhando pela
janela se estavas do outro lado da estrada a mim olhar, não te vi e comecei a chorar,
como sempre a minha ba estava do meu lado me dando forças e a acalentar a minha
dor de não poder esta com você meu amor, era o dia 03 de Maio de 1833,só lembro
desse tempo e fico a me perguntar quem sou eu afinal de contas, nesse dia o sol
estava quente e os escravos tinham tirado o leite das vacas,o trabalho
continuava sem parar e eu via o sofrimento daquele povo sem nada ter o que fazer,
mas as escondidas eu conseguia levar alegria aquele povo que era meu povo,
afinal sempre lembrava que um dia meu pai teve um romance com alguém muito bela
e que me deu paz, mesmo que custasse a sua vida, o feijão,milho,fumo e
etc,vinha das lavouras nas quais os mesmos trabalhavam, muitas coisas vinham da
África e porque tantos senhores de engelho reclamavam e isso que me pergunto sempre.
A tardezinha chegou e eu estava ali no rio sem ninguém saber, ainda lembro que
tinha aquela enorme arvore com a nossa caixinha enterrada no chão, com algumas
joias que colocamos ali, chorei porque e como se eu vivesse em um mundo paralelo,
dois universos. Uma ponte que separa os corpos, mas não o coração, sentei e
coloque uma toalha branca na grama, alguns doces, melado que tanto você gostava,
sentada estava esperando meu amor,derrepente quando a sua voz ouvi comecei a
chorar de tanta emoção e logo te vi ali parado olhando para mim,levantei e
agarrei seu pescoço:
__ Olha meu amor,
preparei tudo isso para você, venha comigo se deliciar, é um banquete dos
deuses.
Mas você foi logo me
respondendo:
__ Querida não existe deuses,
pare de falar assim, a minha religião não permite.
__ Desculpa querido,
sei que muitos devem me chamar de louca, mas sabes que não sou.
__ Não importa querido
o que falem, estarei sempre ao teu lado.
__ Mas eu voltei a ter
aquele sonho.
__ Não pense nisso,
vamos lutar pelo nosso amor.
__ Mas ainda te vejo do
outro lado do mundo distante de mim e sem motivos se afastas cada vez mais.
__ São apenas sonhos,
jamais deixaria de te amar.
Naquele momento comecei
a colocar doces na tua boca e você sorria, cosquinhas fiz em seu pé começamos a
comer e a se beijar, mas depois nossas brincadeiras de contar enquanto nos escondíamos
um do outro, a cada encontro era alegria e muito amor. Começamos a falar do
nosso futuro quando der repente ouvi a voz do meu pai a me chamar, depressa você
se foi e eu fiquei sentada ali e ainda tive que dá explicações, por está
comendo ali sozinha. Mas fui para casa triste e quando ali cheguei meu pai
falou:
__ Se eu pegar você com
aquele miserável acabo com ele e coloco a senhorita no convento, nunca vou
deixar os dois ficarem juntos nem aqui e nem em outro tempo.
Sem reclamar subi para
o quarto e as lagrimas rolavam no meu rosto, naquele dia eu não comi e nem bebi
agua, à ba chegou e falou:
__ Minha criança vá
comer não podes ficar assim.
__ Mas ba ele não pode
se achar melhor que os negros,não pode,eu não quero comer, não quero, só o que
desejo e uma nova chance em algum lugar com ele, só isso, mesmo que eu tenha
que morrer e voltar um dia, mesmo que seja em um lugar diferente, mas tudo vale
para ficar com ele.
__ Não fale isso minha filha,
não existe outra vida e se existir não vamos saber nunca.
Ali comecei a chorar e
a pensar o porquê deu ter nascido ali, mas no outro dia o sol estava tão quente
e meu pai continuava a desconfiar de mim:
__ Eu nem vou perguntar
se estavas com aquele sujeitinho, pois sei que estavas agora e que vou
perseguir ele.
__ Por favor, deixa ele
em paz, prometo que não estava com ele não, nunca vou esta com ele prometo.
Eu tinha que falar tudo
aquilo para livrá-lo da maldade da minha família. Novamente fiquei no quarto a
olhar o povo trabalhando e vendo se aquele a quem eu amei tanto aparecia. Mas
te vi e não podia descer para ficar nos teus braços, com tanto choro as vezes
imaginava que iria morrer. Passou uns dias e eu de filhava na magreza sem comer,
mas fui passear com a minha ba no qual meu pai permitiu, ao chegar próxima ao
rio comecei a jogar pedrinhas e a sentar naquela grama tão verdinha, quando
olhei para o outro lado estavas ali em pé a me olhar sem se aproximar. Olhei
bem na tua direção, podia sentir teu sofrimento e estavas tão calado, mas pedi
a ba para ir ao seu encontro por um segundo, ela deixou e agarrei me a te sem pensar,
mas nos beijamos e você mandou eu te esperar, tudo era sufocante o sofrimento
dentro de mim era muito ruim, mas eu ainda falei:
__ Um dia nos
reencontraremos em um lugar diferente e talvez não se lembre mais de mim e ate poderás
sorrir e me achar maluca quando tudo isso eu te contar um dia, mas saibas que serão
as minhas lembranças.
Por um instante fui
voltando para o meu tempo...
Kátia Cilene
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